Este local é, com certeza, dedicado aos 90% do meu cérebro que não tenho certeza de para que servem... Entre um cigarro e outro, entre o dia e a noite, nas beiradas de um talvez qualquer, fico gastando palavras, me espreguiçando nas frases, me escondendo entre as reticências...
Ao leitor deixo o agradecimento pelas palavras que eu não disse, mas que, ainda assim, acabaram por ser ouvidas...


quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nosso moinho de vento de cada dia

Batalho por mais horas no meu dia, pelo direito de comer 2 pães com manteiga (não margarina) pela manhã, por ter a tampa da bacia da privada levantada sempre, pelo sorriso impedido no rosto mal humorado...
Já batalhei por um dia depois do outro também, por arroz e feijão na mesa, pela sobremesa...
Hoje quero vencer uma hora, dar um passo de cada vez... Ah, eu me perdi e olhar para trás já não é uma opção. Eu tenho hoje, não, corrijo, eu tenho agora, esse instante teimoso que me escapa...
Não uso capa de chuva e não fumo em bares lotados. E glória é nome de rua... Onde deixei meu talvez? Por onde andará aquela tal aura de mistério que me escondia? Tanta luta, tanto choro e hoje, tudo que eu queria mesmo era me "emburrecer" e curtir a vida adoidado...
Lutei por um caminho: o saber. Pretendi trilhar por ele um delicioso percurso a caminho da felicidade... Bem aventurado o que nada sabe, porque dele nada será cobrado...
Como é que eu podia saber, como eu podia adivinhar que o doce da vida estava exatamente no moinho de vento de cada dia e não no memorial das vitórias?
E eu fico hoje querendo as lutas que valiam a pena e eu não sabia: para ver quem tomava um sorvete de três bolas mais rápido, para saber que cachorro faria o cocô menor, ou quem gritaria mais alto, ou quem tinha mais dentes na boca suja de chocolate e sorriso...


Um comentário:

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