Este local é, com certeza, dedicado aos 90% do meu cérebro que não tenho certeza de para que servem... Entre um cigarro e outro, entre o dia e a noite, nas beiradas de um talvez qualquer, fico gastando palavras, me espreguiçando nas frases, me escondendo entre as reticências...
Ao leitor deixo o agradecimento pelas palavras que eu não disse, mas que, ainda assim, acabaram por ser ouvidas...


segunda-feira, 27 de junho de 2011

O estresse que me abrevia

Por todos os meus elásticos, que este mundo desconhece a paz!!!
Desde o despertar, o abrir os olhos ainda incertos sobre o ofuscar do sol ou o sombreamento de dias sem sol, os clamores agitam minha alma.
Há desejos cachorros em mim, desejos de uivar desesperadamente, de arranhar as horas todas, de inocular silêncios nas vozes do rádio, da televisão, dos transeuntes, de estancar os movimentos todos que não traduzam somente o vento e as particulas dançantes do sol... Vontade louca de afogar o telefone em poças d´agua profundas e barrentas, de martelar as campainhas e tirar do mapa todas as buzinas...
Não traduzo em palavras minha lástima, minha vontade que cresce gorda, enorme e avermelhada como uma gravidez surreal, de que monstros galáticos abduzam a balburdia diária dos seres a minha volta...
Grita em silêncio minha boca escancarada os palavrões que não ouso dizer...
E neste ambiente hostil que se cola a mim, almoço apressada as angústias de presenças não solicitadas, sofro as ulceras do descontentamento, travo dentes e quebro as caras próteses de porcelana que me fariam sorrir colgate...
Ouso um café quente pelo amor impróprio dos deuses todos e sem pensar duas vezes, encerro meu dia exatamente as 13:05 horas, batendo fortemente a porta do quarto.
Mergulho inconsequente sob as cobertas esticadissimas de minha cama e me recuso a deixar essa quietude até altas horas da noite, onde o silêncio enfim se instala...
Odeio esse estresse todo que me abrevia!!!
Porque não existem botões on/off suficientes? Porque não são capazes de me reservar como necessito? Porque não me permitem a economia de vozes, movimentos e pessoas nas preciosas horas da minha vida?
Porque uma familia tão linda é assim tão imediatista, tão consumidora da paz individual, tão estressante?
Ah, quer saber? Por favor não me responda, silencie porque é preciso, urgente mesmo, primordial que eu ensurdeça agora.

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