Definir é um verbo. Mas eu nem quero, nem vou, ficar aqui discorrendo sobre a gramática, embora, sem dúvida, eu ame o meu idioma (essa adoração maluca, vã, que me faz brigar por esse país que merece cada gota do meu sangue, cada respingo superfluo da minha saliva).
Pois é... definir-se é limitar-se??? Não sei não... sou radicalmente contra rotular-se porque acho isso muito pobre, muito pequeno. Acredito que a estatura de um ser humano não se mede em centímetros ou nos dígitos da conta bancária...
Algumas vezes, definir-se é preciso. É uma forma de limitar, mas nem sempre de limitar-se. Definir-se pode significar limitar o que desejamos divulgar sobre nós mesmos. Me defino para que seu conhecimento sobre mim seja limitado, mas nunca para limitar-me. Isso porque sei que nenhum de nós tem limites. O leque das possiblidades do ser humano é infinito. A questão sempre foi limitar-se ou não a determinadas atitudes, rótulos, definições, parâmetros....
Limitar também é um verbo.
Eu, particularmente, conjugo meus próprios verbos, aqueles que vou escolhendo e incorporando ao meu dia a dia, ao longo da vida.
Assim fazemos todos nós. Sei que não sou a única.
Recordo uma passagem grandiosa do famoso "F.Pessoa", muito pertinente ao caso e ao acaso deste meu discurso divagante: "... e, ao mínimo gesto, o seu ser inteiro empreste, a sua marca em tudo ponha, porque o homem não é alto, nem baixo, e se faz da estatura do que sonha." Assim, pela minha estatuta, posso inserir tantos rótulos quantos eu quiser (e ainda vai sobrar espaço), posso definir-me vinte vezes por dia (e ainda não estar plenamente definida). Se desejo ser pública, se quero que prestem atenção à minha pessoa (seja por que motivo for), faz-se imprescindível que eu dê uma mostra de mim mesma. De outra forma, perco a essência do jogo. Somos todos quebra-cabeças gigantescos, mistérios em franco desenvolvimento. Se nem eu sei direito quem sou (porque sou tantas que já perdi a conta), dificilmente alguém saberá quem sou completamente. Não devemos nos preocupar com a "limitância" que definir-se possa nos trazer. A definição, não passa, na verdade, de algumas parcas peças de um quadro grande demais para ser plenamente preenchido. Minha preocupação é outra e, para ilustrar, cito outro famoso, Kahlil Gibran: "Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós." Por mais que eu me defina, por mais que eu tente ser transparente, afim de não parecer misteriosa, compreender-me será sempre uma tarefa espinhosa, quando não impossível.
Pois é... definir-se é limitar-se??? Não sei não... sou radicalmente contra rotular-se porque acho isso muito pobre, muito pequeno. Acredito que a estatura de um ser humano não se mede em centímetros ou nos dígitos da conta bancária...
Algumas vezes, definir-se é preciso. É uma forma de limitar, mas nem sempre de limitar-se. Definir-se pode significar limitar o que desejamos divulgar sobre nós mesmos. Me defino para que seu conhecimento sobre mim seja limitado, mas nunca para limitar-me. Isso porque sei que nenhum de nós tem limites. O leque das possiblidades do ser humano é infinito. A questão sempre foi limitar-se ou não a determinadas atitudes, rótulos, definições, parâmetros....
Limitar também é um verbo.
Eu, particularmente, conjugo meus próprios verbos, aqueles que vou escolhendo e incorporando ao meu dia a dia, ao longo da vida.
Assim fazemos todos nós. Sei que não sou a única.
Recordo uma passagem grandiosa do famoso "F.Pessoa", muito pertinente ao caso e ao acaso deste meu discurso divagante: "... e, ao mínimo gesto, o seu ser inteiro empreste, a sua marca em tudo ponha, porque o homem não é alto, nem baixo, e se faz da estatura do que sonha." Assim, pela minha estatuta, posso inserir tantos rótulos quantos eu quiser (e ainda vai sobrar espaço), posso definir-me vinte vezes por dia (e ainda não estar plenamente definida). Se desejo ser pública, se quero que prestem atenção à minha pessoa (seja por que motivo for), faz-se imprescindível que eu dê uma mostra de mim mesma. De outra forma, perco a essência do jogo. Somos todos quebra-cabeças gigantescos, mistérios em franco desenvolvimento. Se nem eu sei direito quem sou (porque sou tantas que já perdi a conta), dificilmente alguém saberá quem sou completamente. Não devemos nos preocupar com a "limitância" que definir-se possa nos trazer. A definição, não passa, na verdade, de algumas parcas peças de um quadro grande demais para ser plenamente preenchido. Minha preocupação é outra e, para ilustrar, cito outro famoso, Kahlil Gibran: "Assim me tornei louco. E encontrei tanto liberdade como segurança em minha loucura: a liberdade da solidão e a segurança de não ser compreendido, pois aquele que nos compreende escraviza alguma coisa em nós." Por mais que eu me defina, por mais que eu tente ser transparente, afim de não parecer misteriosa, compreender-me será sempre uma tarefa espinhosa, quando não impossível.
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