Este local é, com certeza, dedicado aos 90% do meu cérebro que não tenho certeza de para que servem... Entre um cigarro e outro, entre o dia e a noite, nas beiradas de um talvez qualquer, fico gastando palavras, me espreguiçando nas frases, me escondendo entre as reticências...
Ao leitor deixo o agradecimento pelas palavras que eu não disse, mas que, ainda assim, acabaram por ser ouvidas...


sábado, 23 de junho de 2012

Slow, sabática, zen...

Fui acelerada a vida toda... melhor dizendo, cronometrada. Por mim mesma na verdade... Tudo saia tão a contento, havia uma perfeição brilhante, um tipico sorriso colgate no meu dia a dia...
Fui tão sem reticências, tão sem pó, tão sem à fazer, tão sem pendências... Haviam os perfumes certos, os momentos adequados, as surpresas planejadas. Pois é, surpresas planejadas, alguém já ouviu falar disso? (risos). Foi assim, exatamente assim, que conheci o requinte, a finesse, a elegância gelada, invejada e o vácuo asséptico das horas completas. Vivenciei, do alto dos meus trinta anos, o reino a parte da mulher realizada... Mas hoje eu chego aos cinquenta anos e o bom gosto não me satisfaz, os bons modos não me seduzem, a adequação já não me é conveniente... Hoje a desaceleração pede passagem, o zen me deixa enamorada... Hoje sou sabática de mim mesma, me dou férias permanentes, visitando muito ocasionalmente aquela que aprendi a ser... Percebi que há uma distância enorme entre aquela que aprendi a ser e aquela que sou, que sempre fui na verdade... Carrego comigo a mulher inventada, eternizada nos porta retratos, e muito devagar, esticando as horas, me permito a existência imperfeita.

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