Oficialmente, amanhã, 08 de março, o calendário nacional nos apresenta o apogeu da grande festa pagã. E, o calendário internacional nos aponta o Dia das Mulheres. Como em outros dias comemorativos, marcos para garantir um pequeno espaço, um dia em 365 que o ano carrega, sou tomada por conflitos interiores... Por amor à argumentação, pela simples delicia de gerar polêmica, escancaro minha boca de arsênico, destravo a voz mais ordinária escondida inquieta na garganta e me brindo, e te festejo e nos imponho uma existência plena.
Por quê um dia, quando todas as horas me pertencem?
Por quê um dia, quando sou milhares, incontáveis?
E se sou tantas que nem eu sei e sou algumas que todos sabem, em que me basta um dia?
Um dia para a filha, outro para a mãe, outro para a irmã... Mas também sou vizinha, sou amante, sou amiga, sou o traste e o contraste, a certa e a errada, o equilibrio e o caos, sou medos e incertezas, lágrimas e sorrisos, eu sou conquistas sangrentas, sou amanhãs chuvosos, eu sou opções, palavras, gestos...
Sou Marias espancadas, sou Cristinas enlutadas, sou Lúcias caóticas, Margaretes sonhadoras, sou Helenas ordinárias, sou Anas depressivas, Júlias conquistadoras, Lauras indomáveis.
Sou tantas e um dia é tão pouco!!!
Um dia não contém minhas gargalhadas, não segura minhas lágrimas, não realiza meus projetos, não homenageia minhas vitórias, não festeja os aniversários todos de minha existência, não armazena minhas memórias, não aprisiona meus gritos...
Um dia??? Um dia você embrulha num papel de presente muito fino, enche de laços, e envia esse dia único, um dia!!! Quem diria??? para os homens maus, insensíveis e intolerantes, que mancham com mágoas o imenso coração de uma mulher. Porque os homens bons, os inteligentes, haverão de partilhar das infinitas horas da alma feminina.
E assim, vem meu dia, que eu te espero a cada manhã, por toda minha vida. Às mulheres todas o meu abraço e uma feliz existência. O mundo te pertence e todas as horas são tuas.
Comente
Postar um comentário
Agradeço seu comentário, pedindo apenas a cortesia de observar as regras de urbanidade e educação.